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“MULHERES NEGRAS NA ARTE” Hoje, 26/07, às 19h
26 | julho | 2021 @ 19:00 - 21:00

Ontem foi o dia Internacional da Mulher Negra, Latino Americana e Caribenha e dia Nacional de Tereza de Benguela.
Hoje, 26/07, às 19h, a organização do Julho das Pretas, vai apresentar
“MULHERES NEGRAS NA ARTE”.
Dar visibilidade à luta das mulheres negras contra todas as opressões, a arte se fará presente representada por três grandes potências negras.
O Movimento de Mulheres Negras se reúnem desde 2017 para organizar a programação do Julho das Pretas PR. 25 de julho marca a morte de Tereza de Benguela líder do quilombo de Quariterê MT.
Mulheres negras e as precarizações no processo pandêmico:
O país vem enfrentando uma dura realidade com o atual projeto político baseado em uma agenda neoliberal, com perda de direitos, precarização do trabalho, discursos de ódio crescentes, fome, desemprego, violência contra as mulheres, LGBTQI+, contra a população negra e as comunidades de povos tradicionais. Soma-se a esta conjuntura a maior pandemia da história, que aliada ao negacionismo científico e desvalorização da saúde pública promovem um cenário desesperador para a vida de milhares de brasileiras e brasileiros, afetando de modo geral nossa saúde e o nosso equilíbrio.
Enquanto o país bate o recorde de novos bilionários, também somos o país que batemos recordes de mortes por COVID-19 e a maior taxa de desemprego nos últimos anos. Num país já separado pelas rachaduras causadas pelas desigualdades sociais a falta de amparo aos que já se encontram em situação de pobreza aprofunda ainda mais as marcas da indigência.
Historicamente, negros e negras estão nos espaços mais fragilizados da sociedade brasileira, construída a partir da exploração das nossas vidas e supressão dos nossos direitos. As desigualdades entre homens e mulheres e entre pessoas brancas e negras no mercado de trabalho foram agravadas em geral pela pandemia no contexto neoliberal brasileiro, além de escancarar as já existentes barreiras que impedem nosso povo de superar a herança da pobreza. E são as mulheres negras, bases da nossa pirâmide social, que carregam os maiores impactos dessa crise econômica, sanitária e social.
Foi uma mulher negra a primeira a morrer de COVID-19 no Rio de Janeiro, em 17 de março de 2020. Empregada doméstica de 63 anos, teve sua vida interrompida após contrair o vírus de sua patroa recém chegada da Itália, país que enfrentava altíssimos índices de mortes àquela altura. É dessa forma que se demonstra o quanto nós, mulheres negras, estamos vulneráveis durante esta pandemia, vítimas desse sistema de exploração capitalista, do trabalho e da forma como somos subalternizadas e subtraídas das nossas individualidades.
A tragédia do desemprego durante a pandemia afetou principalmente o trabalho doméstico, onde a maioria das trabalhadoras domésticas são mulheres negras. Segundo os dados da PNAD, do 4º trimestre de 2019 ao 4º trimestre de 2020, 1,5 milhões de trabalhadoras perderam o emprego e, de acordo com a Federação Nacional das Trabalhadoras Domésticas (Fenatrad), esses números não dão conta de todo o contexto de desemprego, pois a dispensa de muitas mulheres diaristas, informais e/ou eventuais não aparece nos números. A tragédia do desemprego é uma dura realidade para essas mulheres negras .
A pandemia aprofunda o desrespeito, desigualdade e descumprimento dos direitos das trabalhadoras domésticas. Para não contaminar a família dos patrões, muitas mulheres tiveram que permanecer no trabalho para não voltar todo dia para casa, o que significa um aumento da carga de trabalho para essas mulheres que têm hora para se levantar, mas não têm hora para dormir e descansar. É necessário destacar que a PEC das Domésticas, sancionada no governo Dilma, determina a carga horária de 8 horas diárias ou 44 horas semanais para a categoria .
Mulheres negras são 75% das vítimas de homicídio no primeiro semestre de 2020. Somos 52% das vítimas de estupro e 51% das que sofrem com a violência doméstica . Somos atingidas pela violência e discriminação de forma multiplicada, e possuímos ainda menos redes de apoio para deixarmos os ambientes de opressão. Nós, mulheres negras, estivemos desde os primórdios da sociedade brasileira subordinadas ao machismo e à violência patriarcal, ao racismo estrutural e à desigualdade social, e é por meio de nossas mãos que iremos superá-los.
O Julho das Pretas é o mês onde as mulheres negras, bases da sociedade brasileira, se organizam para enfrentar o retrocesso causado pelo neoliberalismo às vidas negras e que potencializa a marginalização das nossas vidas. Os coletivos de mulheres negras no Brasil todo, diante do cenário existente e numa perspectiva de luta e resistência, organizam as suas agendas, suas pautas e a necessidade de pensarmos ações e soluções para a nossa realidade, especificamente nesse mês que se celebra o Dia Internacional da Mulher Negra, Latino-americana e Caribenha e o Dia de Tereza de Benguela.
As mulheres negras estarão à frente da luta pelo fim do genocídio contra o nosso povo, pela manutenção das políticas de permanência nas universidades e pela defesa das cotas raciais — para que nossas jovens mulheres possam traçar sua liberdade pela educação e alcançar lugares que nos foram historicamente negados —, e para que as violências que nos mantém neste estado de subalternação enfim acabem.
Nós do Julho das Pretas Paraná, norteadas pelo mote nacional da Agenda da Esquerda online Julho das Pretas: Para o Brasil Genocida, Mulheres Negras apontam a Solução e com um recorte específico sobre Mulheres Negras! Precarização do Trabalho, Saúde Mental e Pandemia, apresentamos o quanto a pandemia nos fragilizou diante desse cenário e deste desgoverno, e a necessidade de buscarmos e construirmos estratégias e resistências para um período em que estamos ainda mais fragilizadas nas mais diversas áreas da vida nacional. Mas que juntas podemos pensar estratégias de sobrevivência e perspectivas de Esperança!
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