HABITAT – Estudos do Corpo como Casa (5 solos)

Habitat;FaenaRossilho

PABLITO KUCARZ / O ARQUIPÉLAGO

Um homem em pé, em uma sala, com um copo d’água na mão. Ele está sobre um pedaço de terra no litoral que começa a sofrer erosão, provocada pela ação de correntes marítimas. O solo vai se desgastando e, com o tempo, o buraco é tão grande que esse pedaço de terra se distancia do continente na superfície, apesar de continuarem unidos no fundo do mar. Esta peça é sobre atravessar a água salgada.

 

 

 

 

 

 

HELENA DE JORGE PORTELA / FOI ASSIM QUE O OCEANO INVADIU A MINHA CASA

Uma história sobre duas atrizes que, em uma tarde como qualquer outra, tiveram suas vidas separadas pelo mar. O mar que carrega o luto e a dor. Um espetáculo solo que tenta agarrar o tempo com as mãos. Mãe e filha à deriva no oceano. “Se você me desse mais um segundo…” O que você faria se tivesse mais tempo? A vida não tem ensaio.

*Espetáculo bilíngue (Libras e Português),dedicado à atriz Claudete Pereira Jorge, mãe da atriz Helena de Jorge Portela.

 

 

 

JANAINA MATTER / MULHER, COMO VOCÊ SE CHAMA?

Esse solo é uma busca de encontro entre o que já foi, o que é e o que pode ser. É para responder à inquietação que me provoca saber do apagamento das mulheres na história do mundo. Falar de muitas mulheres é também falar de uma, falar de uma mulher é falar de muitas. Isto é um movimento de fala. É um movimento de falar de onde eu vim para tentar entender se silêncio é abismo ou ponte. É para chamar toda mulher que já passou por aqui e as que aqui estão. É para seguir em frente com a força e a intuição de todas elas.

 

 

 

CONDE BALTAZAR / UMA HISTÓRIA SÓ

Meu corpo é uma casa, vizinha à casa do meu filho. Um homem, com seu corpo esburacado, conta a história de sua infância e de seus antepassados. As relações estão sempre em tensão: dois corpos, um pai e um filho. Um buraco que começou pequeno, uma falta quase invisível, a ausência se instala na carne e o silêncio se torna uma mochila, guardando a memória dos dias. A ausência que causa ausência quando não dá para se despedir. A paternidade é esse labirinto, infinito.

 

VICTOR HUGO / PIRATARIA

A quais narrativas eu me alio para articular a minha presença no mundo? Não tem solução! É preciso produzir outra coisa. Literalmente. Complicar a imagem que se tem de nós é tão importante quanto criar um vocabulário em comum entre os nossos pares. Eu falo em uma língua que não pode ser traduzida.

 

 

 

FICHA TÉCNICA

Artistas: Janaina Matter, PablitoKucarz, Helena de Jorge Portela, Conde Baltazar e Victor Hugo Santos

Direção: Maíra Lour

Direção de produção: Michele Menezes

Produção executiva: Gabriela Berbert

Assistente de direção e sonoplastia: Álvaro Antônio

Orientação em Dramaturgia: Camila Bauer

Treinamento voz: Babaya

Cenário: Guenia Lemos

Iluminação: Beto Bruel

Figurino: Val Salles

 

Fotos: Faena Rossilho