Quarto programa da segunda temporada do Movimenta Psicanálise em Entrevista, e terá como convidados: Chari Gonzalez Nobre, mestre em Sociologia pela UFPR, professora de Sociologia no Ensino Médio, Bailarina e professora de Flamenco, Bacharel e Licenciada em Ciências Sociais pela UFSC; e Marcelo Ariel. poeta, filósofo e ensaista. Autor dos livros: Ou o silêncio contínuo – Poesia Reunida 2007-2019, Kotter Editorial; Nascer é um incêndio ao contrário, Kotter Editorial, 2021 entre outros.
Apresentação de Priscila Frehse, psicanalista, doutora em psicologia clínica pela USP, mestra em letras pela UFPR. Bailaora nas horas vagas, escritas na vida e aventureira no rádio.
Produção de Fernanda Gimenez, Izabel Chimelli, Mônica Nogari Damaceno e Priscila Frehse.
Qual é o lugar e o papel dos corpos na pólis? É certo que a resposta varia de acordo com as proposições de classe, de gênero e de raça. No segundo momento da entrevista com a socióloga e bailarina Chari Nobre, a desigualdade representada na destituição dos corpos é posta em questão. Chari propõe uma subversão da lógica cartesiana na relação com o mundo, para que o corpo possa deixar de ser um depositário passivo nos processos de aprendizagem, e para que abstração e materialismo possam compor um conjunto na percepção através da ampliação dos sentidos.
Um trabalho tão rico produz efeitos nas subjetividades: narrativas biográficas culminam na construção de identidades e de símbolos, na autonomia e no prazer de habitar um corpo próprio, em constante dialética com o corpo do outro, com a cultura e com as artes, tendo a dança como destaque.
Ainda na atmosfera da dança como uma poética, o programa continua com o entrevistado Marcelo Ariel, poeta, ensaísta e filósofo. Marcelo conta como nasce um poema na costura de linguagem, de língua e de corpo. Para ele, nossos corpos produzem poesia para além e através dos processos fisiológicos: nos ritmos, sons, gestos e movimentos da natureza; ou seja, a poesia é uma “pedagogia dos limites da linguagem”, como ele nomeia. Marcelo questiona o condicionamento dos corpos produzido pela lógica capitalista, que empobrece os processos intuitivos, diminuindo a disposição à transcendência. Transcendência que seria possível pelo atravessamento das crises, o que demandaria respostas subjetivas que vão em desencontro aos interesses do mercado e da massificação. Assim como a psicanálise, a poesia é uma fala livre.
E, para finalizar, Priscila Frehse faz uma sensível homenagem ao psicanalista Contardo Calligaris, enodada com a proposta da segunda temporada do Movimenta Psicanálise.
Mônica Nogari Damaceno